html>r.b.S - 2008
quarta-feira, 23 de janeiro de 2008
 
KELPE
Ex-Aquarium

O sonho idílico motiva a fantasia. Que o diga o britânico Kel Mckeown que depois de uma bem aventurada investida pelo o imaginário virtual de uma criança encontrou o porto perfeito da expressão sónica num caprichoso submergível. Mesmo quando na sua música se encontra as contradições típicas de quem se deixa ingenuamente levar pelas especulações - ou acredita piamente na sua capacidade de erguer um facto estético -, a circunstância de acreditar que a exploração aquática também é possível num aquário poderá só por si por em evidencia os intentos da operação encetada depois de Sea Inside Body.
Ex-Aquarium começa por exibir os imaginativos hologramas sonoros que Kelpe esculpiu depois da descoberta da experiência live, para depois aprofundar outras retóricas. A humanização das linguagens electrónicas é aparentemente também um ponto de partida para entender as especulações que originam esta sonoridade dinâmica e orgânica. Os sonhos começam por ser húmidos sem que alguma vez se possa entender tal descrição como uma comparação a qualquer desejo sexual incontrolado apesar desta música emanar uma envolvente sensualidade.
Não se pense que estas meticulosas esculturas de água são fruto do encontro fortuito da pop com uma linhagem inteligente da electrónica porque depressa se concluirá que ambas se encontram e convivem sem embaraços mas que na realidade foram colocados intencionalmente no mesmo oceano com o real objectivo de gerarem uma sonoridade própria de autor. O objectivo nem sempre é concretizado na perfeição já que Kelpe permite ocasionalmente que a sua linguagem deslize para comparações com os Boards of Canada, Four Tet, Brian Eno ou até mesmo os Fila Brazillia.
Relativamente a Sea Inside Body de 2004, Ex-Aquarium distingue-se essencialmente na abordagem singela aos corais melodiosos que agora enriquecessem a "fauna marítima" de Kelpe; mesmo quando no final das primeiras audições a mente não se convence do que absorve, a insistência provar-se-á lucrativa. E não sendo um disco brilhante, elogie-se o esforço. Escute-se atentamente a eloquência dos excelentes “Colours Don't Leak”, “Half Broken Harp”, “Bread Machine Bred” ou “Whirlwound” para que se assimile a ideia que experimentalismo sonoro neste quadrante nem sempre implica electrónicas descontroladas ou barulhentas e que a beleza imerge sem esforços desnecessários, especialmente quando o objectivo é alcançar o horizonte num pôr-do-sol perfeito.




V/A
Neu Jazz Compiled by Jazzanova

Não há duvidas que os Jazzanova são o principal sustento da Sonar Kollektiv. Só assim se entenderá o motivo pelo qual patenteiam um número assinalável de antologias editadas pela etiqueta que gerem. É óbvio que os Jazzanova têm o nome associado à qualidade. E é evidente que boa parte das suas antologias têm motivos espaventosos capazes de despertar a curiosidade e o natural desejo de descoberta. Por outras palavras, com elas tem-se aprendido a apreciar o equilíbrio sensato entre o universo do que é familiar e a obrigatória exposição da novidade.
No caso da mais recente antologia os Jazzanova não se ficam apenas nas escolhas equilibradas dos nomes. Neu Jazz tem um propósito ao qual a escolha do título não passará indiferente aos melómanos. E se se interpretar correctamente o press-release, também não passará despercebido o intento de uma escolha que procura alguma revitalização do nu-jazz. Poderá parecer confusa a ideia de regenerar o que por si só já é novo. Mas talvez seja mesmo esse o "golpe de cintura" pretendido: obrigar a distinguir a qualidade destas produções e destes artistas, e as causas ao qual se dedicam, da mediocridade dos restantes sobreviventes.
Neu Jazz possui a alma e a verticalidade de uma geração empenhada na desconstrução dos moldes clássicos do jazz – e as suas diversas escolas – e esforçada na escrita criativa. Contundente na essência musical que procura expor, Neu Jazz não só apresenta nomes evidentes e firmados (2 Banks of 4, Fertile Ground ou Jazzanova) como abre a porta da comunidade a novos espíritos (Dalindeo, Sleep Walker, Hipnosis ou Little Dragon). Talentos que se lançam com alguma naturalidade em estimulantes especulações que têm, por exemplo, Miles Davis, António Carlos Jobim, The Jazz Messengers (de Art Blakey) ou Chico Hamilton por inspiração.
E não se pense que a electrónica, ao qual o nu-jazz também está associado, domina as operações de estúdio. Pelo contrario. O som é orgânico, vivo espiritualmente e pragmaticamente dividido entre os princípios do cool-jazz da década de 50, o jazz-modal e a bossa-nova prevalecente nos anos 60 e 70 e o espírito ancestral da eterna mãe África.
Destaque merecido para as magníficas prestações de Hipnosis (numa analogia às vicissitudes da vida representado na forma de um “Carrousel”), Quasimode (na imperiosa ode aos derradeiros momentos de prazer dos últimos nove dias), Fertile Ground (e o invulgar elogio à simplicidade da intemporalidade poética), Jazzanova (na mais recente e original reconstrução de "That Night") e Hajime Yoshizawa (aqui revistos pelos luzentes 2 Banks of 4). Resumindo de forma sintética: Neu Jazz é ecléctico e muito recomendado.




CAT POWER
JUKEBOX

Não será a primeira alma vítima da depressão. Nem será a última a utilizar o estado sentimental profundo como instrumento de construção de alguma da melhor música deste planeta. Entender-se-á com facilidade uns dos melhores vectores da pop moderna quando se assimilar a ideia de uma música inevitávelmente comprometida com a alma desesperada por alívio. O triângulo Mississippi (blues), Memphis (soul) e Nashville (country) tem sido o melhor exemplo dessa necessidade, dessa urgência na expressão que procura expurgar os males do quotidiano pesaroso.
A biografia de Charlyn Marshall não deixará grandes dúvidas no entendimento, não só na progressão da carreira, como no percurso sinuoso a que o corpo sujeitou a alma da personagem. Tendo começado pelas improvisações e mais tarde as reinterpretações, Marshall soube desde o primeiro instante usar o palco como escola de postura vocal, projectando sentimentos no gume da navalha como veículo de uma arte que nunca parece ter tido o êxito como objectivo primordial.
De Dear Sir (1995) a The Greatest (2006), passando pelo inevitável The Covers Records (2000), Cat Power assume-se como uma personagem de um submundo marginal e fumarento que recusa o excesso de instrumentação como meio de afirmação pessoal. Ou seja, o recurso limitado a uma guitarra, bateria e baixo como elemento essencial na erecção sonora servirão sobretudo os intentos da autora na depuração das canções. Chan Marshall verga magistralmente a sua voz por entre acordes que apesar de alguma simplicidade, procuram formalmente iluminar a melancólica.
Com o novo Jukebox não encontraremos somente um upgrade das experiências anteriores. Deparamo-nos com uma diva que reconhece sem preconceitos a maturidade que os anos de vida lhe têm dado. E não se menospreze o facto de estarmos novamente perante uma mão cheia de covers porque o essencial da essência musical reside no prazer de descobrir uma personalidade musical que se sabe exprimir como autora enquanto assalta o imaginário eterno da música intemporal de gigantes como Frank Sinatra ("New York, New York"), Hank Williams ("Ramblin' (Wo)man"), Bob Dylan ("I Believe in You"), George Jackson (""Aretha, Sing One for Me"), Billie Holliday ("Don't Explain"), Janis Joplin ("A Woman Left Lonely"), James Brown ( "Lost Someone") (ou Nick Cave ("Breathless") e Patsy Cline ("She's Got You") na belíssima edição Deluxe).
E acredite-se com a mais veemente das certezas que nenhuma das músicas, outrora interpretada por mestres, sai de alguma forma diminuída ou desprezada deste caloroso e delicado trabalho de autor. Afinal nem tudo precisa de ser original para brilhar. Mesmo na escuridão da tristeza alheia ou na sombra de gigantes.




THE HELIOCENTRICS
OUT THERE

Servirá um disco para colocar ordem num universo sequioso de harmonia e provar que haverá melhor receita que o excesso para desencadear mais valia estética? Poder-se-ia desconfiar da falta de moderação deste octeto britânico e, em simultâneo, elogiar-se, com olhar atravessado, a aventura psicadélica encalhada algures entre a premunição de Sun-Ra e os desejos transcendentes de James Brown. Mas se o fizéssemos estaríamos a condenar desnecessariamente ao fracasso uma obra que nasceu para ser lentamente assimilada em várias órbitas. Só uma aproximação sem preconceitos – e sem revivalismos desnecessários – poderá transformar este monumento num genuíno manifesto funk modernista – ou num renovado discurso hip-hop.
Das muitas certezas a extrair de Out There será a síntese modelar e caleidoscópica que o projecto de Malcolm Catto imprime na matriz funk. Entre a urgência da renovação e o respeito pelo cânon eloquentemente estabelecido pelos clássicos, nasce um singelo, mas convicto, suspiro espiritual que reorganiza metodicamente a matéria essencial e a converge numa coerente massa sonora que não teme a inovação contemporânea. A feliz coincidência no cerne do processo – ou talvez não – será a requalificação da alma do velho hip-hop e a expurgação dos virulentos elementos que o contaminam actualmente. Não se estranhará então o interesse da Stones Throw no resultado final deste honesto trabalho de grupo.
Haverá sempre espaço para especulações, discussões de origem e até fortes indícios para não acreditar em tão singular acaso com o hip-hop; Out There deixaria de fazer sentido se se explicasse pormenorizadamente toda minudência de ingredientes que o compõem. E sem tornar pesaroso o prazer de ouvir e pensar a música, valerá a pena apontar como referências elementares o já citado Sun-Ra, e toda a sua obsessão espiritual pelo criador da vastidão universal – que o seu jazz transcendente e obliquo reverenciava –, o génio do ritmo ancestral de Fela Kuti, a destreza na irregularidade de tempos de James Brown ou o entendimento singular da matriz afro-americana do Yesterdays New Quintet, para se estar a um passo de entender a necessidade de interiorizar uma obra que procura no além a fonte da juventude eterna, na estratosfera a visão idílica da Terra e nos labirintos dos continentes da imaginação a narrativa poética capaz de inspirar o amanhã. Talvez haja excessos que nunca estarão a mais na ausência de uma harmonia equilibrada. Essencial.





FABRICLIVE 37
Mixed by Caspa and Rusko
Não podia haver pior exemplo para ilustrar o actual estado do dubstep que este Fabriclive 37 misturado por Caspa e Rusko (considerados por muitos como uma nova geração de talentos do dubstep). Nem se poderia imaginar que o género pudesse em tão curto espaço de tempo resvalar para a descredibilidade estética. É evidente que esta antologia não representa o dubstep em todas as suas vertentes, mas já será óbvio afirmar que por aqui não se encontra um único tema com uma estrutura melódica com consciência do aprazível e do desprezível.
Muito do dubstep produzido de 2006 para cá tem evidenciado um colapso criativo que só poderá ter como explicação a tenra idade dos seus produtores e a falta de cultura musical de uma geração já excessivamente habituada às facilidades providenciadas pela era tecnológica. A relativa simplicidade com que se pega no computador e se constrói uma programação elementar evidencia não só o subaproveitamento das capacidades do equipamento como uma indolência que muito se estranha no próprio meio underground. Um mal transversal que não deixa o dubstep só. Muitas das linguagens minimalistas ligadas à música electrónica revelam semelhantes limitações narrativas. O resultado final é uma uniformização sonora que elimina por completo a escrita de autor.
E será isso mesmo o que mais incomoda nesta pobre antologia: a falta de estilo num dubstep excessivamente estilizado. A infantilidade melódica é indescritível – nem a ingenuidade poderá ser usada como argumento –, os subaixos são substituídos por aberrações electrónicas ondulantes sem estrutura lógica – oiçam-se os hediondos "Africa VIP", "Legacy", "V", "Too Far" ou "Spongebob" –, os ritmos, todos forjados no mesmo laboratório, soam como um loop interminável e rasteiro e o elemento narcótico do dub sucumbe definitivamente à embriagues soturna e comatosa ("The Drop" ou "Hammer Time" são exemplos da idiotice sonora que deixam o próprio dub com enjoos). Nem a remistura dos Buraka Som Sistema (para o horrivel "Cockney Thug" de Rusko) consegue escapar à força do buraco negro - que suga toda a luz criativa.
Do trabalho específico de mistura, a acção de Caspa e Rusko é minimamente competente mas não o suficiente para puxar lustro a tão fraca graxa sonora. Nem o Box of Dub 2 provocou tantas convulsões nos espíritos dos melómanos. Um Fabric para esquecer.





NICOLE WILLIS & THE SOUL INVESTIGATORS
KEEP REACHING UP REMIXED

A probabilidade da remistura ficar indiferente a tamanho caldeirão de inspiração Motown no novo milénio era muito reduzida. Poder-se-ia contestar a pertinência de toda a operação. Poder-se-ia até estranhar o risco de vasculhar o primoroso original, mas o que fica depois das primeiras audições de Keep Reaching Up Remixed é admiração. Perante tão rico filão, este será mesmo um dos poucos casos em que o remix faz sincero sentido tanto na anulação da injusta equidistância que separa a arte da reconstrução, amíude relegada para segundo e desinteressante plano – frequentemente por cupla dos próprios produtores – e a arte da obra original, tanto no esforço honesto da revitalização do espírito libertino do produtor ou do DJ – e naturais aspirações.
Os convidados, alguns já habituados ao ofício da remistura – Mr Scruff ou Afronaut –, são proficientes na escuta e imaginativos na reconstrução. É certo que praticamente todos os intervenientes envolvidos são reconhecidos mais pelas habilidades de manipulação em estúdio do que pelas capacidades como músicos e alguns até mais conhecidos pelas remisturas do que pelos originais. Independentemente dos diversos quadrantes de que provêem, ninguém se poupa no esforço de redimensionamento estético da retórica individual, mesmo quando o principal obstáculo é ultrapassar os ideais do caldeirão nativo que ainda caracteriza Keep Reaching Up (editado pela primeira vez em 2006).
Elogie-se a genuína preocupação de preservar o espírito primitivo quando este se confronta com a novidade das tipologias alienígenas: a hábil abordagem reggae dos The Dynamics para “My 4 Leaf Clover”, o escape narcótico do dub de “Invisible Man” revisto por Simbad, a energia positiva do broken-beat de Afronaut em “Holding On” ou o génio do jazz de Elizabeth Shepherd Trio em “If This Aint Love” representam bem a descontraída e pouco preconceituosa convivência de géneros, apesar da premissa exigente do funk-soul inicial. A escrita criativa individual alia-se com sabedoria e engenho à consciência de Nicole Willis e os seus The Soul Investigators na mesma proporção que a inteligência e oportunidade se confunde com a arte da produção. E acreditem que, no que diz respeito à remistura, raramente a conjectura permite o alinhamento perfeito de todos os esses elementos.




THEO PARRISH
Sound Sculptures Vol. 1

O tempo nunca empobreceu a qualidade. Nem desvirtuou o génio comprovado de quem se mantém à sombra do previsível mercado sôfrego. Por isso mesmo, e por mais tarde que se descubra a obra, os valores conservados em vinagreta desde o primeiro dia destapam-se e revelam-se inspiradores para a eternidade.
Apesar dos balanços de 2007 estarem encerrados para sempre, haverá sempre espaço na década para abraçar uma discreta obra maior que viu a luz do dia – no meio do ano 2007 – num formato pouco acessível às grandes massas: o vinil. Falo, pois, de Sound Sculptures do reservado produtor de Detroit Theo Parrish. Reservado, talvez algo misterioso, Theo tem se revelado, tal como Omar-S ou Moodymann, uma coluna vertebral do mais eclético house e techno esculpido nesta década
O som minimal algo rústico que carrega a responsabilidade dos princípios elementares das velhas escolas house e soul de Chicago, a inovação impulsiva do techno da sua terra natal e a aura de sabedoria – cultural – jazz capaz transformar a matéria numa espessa massa sonora dançável, revela técnicas de produção inteligentemente competentes para permitir a perversão da matriz e identidade afro-americana sem que para isso se se comprometa a sua essência fundamental.
E será uma vez mais isso que detectamos no inconfundível som de Theo Parrish, uma perversa capacidade de entender a tradição das linguagens da cultura negra norte-americana num universo sonoro em constante expansão. Só assim se entenderá como a alma de DJ Pierre em 87 resida na estrutura elementar e minimal do pós-acid-house de “Synethic Flemm” e simultaneamente se evoque no mesmo disco as divas da mais tradicional soul-jazz de Chicago numa rude aproximação ao clássico garage-house de 80 ("Second Chances") ou ainda a experiência obliqua, repetitiva e filtrada da disco-soul intemporal que escutamos em "The Rink".
Tal como 3Chairs 3, Natural Aspirations ou Black Mahogani, Sound Sculptures Vol. 1 de Theo Parrish inscreve a sua marca de autor na galeria de discos essenciais do house desta década. Mesmo quando é autor ou co-autor (exceptuando Black Mahogani de Moodymann) de metade desse mesmos discos. Um génio sem limites é o que no minimo se pode entender.




PORTABLE
POWERS OF TEN

O título não deixa de sugerir força, poder e de certa forma ambição. Nada de errado para quem deseja atingir novos vectores criativos numa conjectura dominada pela facilidade tecnológica e pelo uso abusivo de velhas fórmulas. Não se estranhe por isso a obsessão de muitos estetas na corrida pela inovação e consequente desconstrução de paradigmas.
A realidade não deixará de ser interessante se se atender ao pormenor que raras têm sido as ocasiões de verdadeira perversão do sistema; especificamente no caso do techno ou do house, poucas têm sido as situações que permitam conclusões definitivas e concretas desse processo de falência dos velhos ideais de 90 e a instauração de linguagens novas, eficazes e capazes de alimentar não só os melómanos, como também atribuir novo impulso estético ao novo milénio. Como da ambição mais puritana ao excesso de retórica vai um passo relativamente curto, existirtá sempre quem transforme a necessidade numa cruzada com pecados desnecessários.
Numa verdadeira encruzilhada de referências, o projecto do sul-africano Alan Abrahams, Portible, torna-se num interessante caso de análise quando as suas confusas semânticas sonoras aludem a alguma sabedoria popular e aspiração técnica enquanto se compõem mistos de sentimentos que tanto poderão ir da angústia à euforia. Ou seja, Powers of Ten é uma amálgama robusta de boas ideias perdidas na obsessão de edificação de novas e funcionais fórmulas de programação enquanto procura a essência que justifique todas as intenções. A bifurcação é o elemento desequilibrador de Powers of Ten.
Podemos certamente acreditar que o jovem sul-africano a residir em Portugal tem as melhores intenções quando se apresenta com um renovado espírito académico. Mas o excesso de retórica é uma pedra no sapato que não permite a convergência do saudável ideário pop com a ambição de um techno de mais-valia estética. Mesmo comparável ao magnifico Asa Breed de Matthew Dear ou o oblíquo The Waiting Room de Chloé, com atilhos pontuais com o imaginário de Brian Eno, o romantismo dos Depeche Mode ou as vocalizações de Andrew Eldritch, Powers of Ten não prova de forma retumbante o seu propósito nem demonstra grande interesse na construção de grandes canções, mesmo quando tenta fazer da especulação a arte principal.


 
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REFLEXÕES
"Em geral, sempre que há algo melhor, há também algo óptimo. Mas, dado que entre as coisas que existem, uma é melhor que outra, há também uma coisa óptima, e esta seria a divina. "
Aristótles


"De todas as artes que conseguem crescer no solo de uma dada cultura, a música é a última das plantas a germinar, talvez porque é a mais interiorizada, e, por conseguinte, aquela cuja época vem mais tarde é o Outono e a desfloração dessa cultura. A alma da Idade Média cristã encontrou a sua expressão mais acabada na arte dos mestres holandeses: a arquitectura musical por eles elaborada é a irmã póstuma, não obstante legí­tima e igual em direitos, da arte gótica. Foi na música de Haendel que tomou forma musical aquilo que de melhor havia na alma de Lutero e dos seus, esse acento judaico-hebráico que deu á Reforma um certo ar de grandeza: o Antigo Testamento faz música, o novo não. Mozart, o primeiro, restituiu em metal soante todas as aquisições do século de Luí­s XIV e a arte de um Racine e de um Claude Lorrain. Há na música de Beethoven e de Rossini que a melodiosamente respira o século de XVIII, o século do devaneio, do ideal destruído, da fugaz felicidade. Toda a verdadeira música, toda a música original, é um canto do cisne. Talvez a nossa música moderna, seja qual for o seu império, e a sua tirania, tenha diante de si apenas um curto espaço de tempo, porque surgiu de uma cultura cujo solo minado rapidamente se afunda, de uma cultura que em breve será¡ absorvida."
Friedrich Nietzsche In Nietzsche Contra Wagner.




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